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Setembro Amarelo: como abordar a prevenção ao suicídio nas empresas?

Atitudes que estimulem o bem-estar devem ser praticadas para além de uma data

Há oito anos, a Associação Brasileira de Psiquiatria e o Conselho Federal de Medicina organizam, em todo o País, a campanha Setembro Amarelo. Este ano sob o lema “A vida é a melhor escolha!”, a iniciativa reforça a importância da valorização da vida, chamando atenção para o crescente número de suicídios no Brasil. São cerca de 14 mil casos por ano, uma média de 38 mortes por dia, o que acende uma alerta significativo para a necessidade de se abordar o assunto. E este alerta pode - e deve - acontecer também no ambiente de trabalho.

"O suicídio está presente em toda a história da humanidade. Mas a sociedade vem abrindo os olhos, graças às campanhas, divulgações e à decisão de falar sobre o tema. Quanto mais não abordamos um assunto, mais ele se torna tabu e gera preconceito", destaca Raldilze Bezerra, psicóloga e coordenadora de recursos humanos do Grupo Trino.

Ela lembra que o local de trabalho, muitas vezes, pode ser gatilho para um comportamento nocivo entre funcionários. Por isso, é preciso que líderes, gestores e os próprios liderados estejam atentos uns aos outros, orientando o pedido de ajuda profissional, se for o caso. 'Se uma pessoa não se adaptar a sua função, ao local ou se deparar com outros fatores depressores e opressores, pode ficar mais suscetível. Em todo espaço vamos encontrar algo ou alguém que nos incomoda, mas temos de desenvolver alternativas de como lidar com essa angústia, para que possamos diminuir o quanto disso vai nos afetar".

Para os empregadores, a orientação é adotar atitudes que estimulem o bem-estar e que funcionem, também, como métodos para prevenir o suicídio entre os colaboradores. "Isto pode ser feito abordando o tema abertamente, passando informações sobre como ter empatia pelo outro e por si. Não tratar como pecado, falta de religião, falta de amor. Não julgar. Ensinar dentro da empresa, pois ela também pode ser local de aprendizado".

A QUEM OFERECER AJUDA?

A psicóloga relembra que não há um diagnóstico que se possa fazer em laboratório para identificar quem tem mais tendência a cometer suicídio. Não se pode prever exatamente quem irá se suicidar, mas é possível prestar mais atenção em perfis específicos. Pessoas que já tentaram ou falaram várias vezes sobre suicídio, têm histórico de doença mental, possuem transtornos psiquiátricos, doenças terminais ou abusam de álcool e drogas estão neste grupo.

Quem externa falta de perspectivas de vida, sentimentos de desesperança, desespero e desamparo, principalmente se jovem ou idoso abalado por perdas e lutos, também requer cuidado. Os homens, culturalmente "treinados" para não demonstrar emoções, além de indivíduos com traumas pessoais, como abusos, completam o grupo prioritário.

Para além do Setembro Amarelo, Raldilze Bezerra orienta que empregadores incentivem práticas saudáveis ao longo de todo o ano, para que o acolhimento se torne parte da cultura do ambiente, não um instante pontual.

"Existem diversas possibilidades de abordar a saúde, seja ela física ou mental. As datas formais, já instituídas, podem ser um excelente condutor para isso, como o Janeiro Branco, sobre saúde mental de uma forma mais geral. O oferecimento de ginástica laboral, campanhas e palestras voltadas para a saúde, orientações sobre doenças de grande impacto, como a diabetes e a hipertensão, e dicas sobre cuidados pessoais são outras ações práticas e extremamente válidas", conclui a psicóloga.

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