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Refletir para não repetir

25 de março é o Dia Internacional em Memória das Vítimas da Escravidão e do Comércio Transatlântico de Escravos

Em porões escuros, com forte cheiro de urina e fezes, milhares de pessoas foram transportadas do continente africano para diversos outros países, especialmente o Brasil. Nestes navios, conhecidos por “negreiros”, muitas mulheres e homens morriam de doenças como sarampo, escorbuto e diarreia, afinal, não tinham uma boa alimentação e as condições higiênicas eram precárias. Quando morriam, seus corpos eram lançados ao mar. O tráfico negreiro foi um dos comércios mais lucrativos de sua época, exemplo disso é que a proibição demorou a chegar: o negócio transatlântico teve início em meados do século XVI e foi abolido no Brasil somente em 1850, depois da pressão da Inglaterra.

Considerando o contexto histórico escravista, foi escolhida uma data para refletir e prestar homenagem aos milhões de africanos que foram vítimas da escravidão. O 25 de março é, portanto, o Dia Internacional em Memória das Vítimas da Escravidão e do Comércio Transatlâtico de Escravos, declarada através da Resolução 62/102, adotada na Assembleia Geral das Nações Unidas de 17 de dezembro de 2007.

Em 1831 foi promulgada no Brasil a Lei Feijó, que proibia a importação de escravos para cá. A legislação estabelecia multas para quem traficasse africanos e garantia recompensas em dinheiro para pessoas que denunciassem os traficantes. Entretanto, a Lei Feijó falhou e ficou popularmente conhecida como “lei para inglês ver”, apelido recebido porque se tratava muito mais de uma nova manobra política para tentar parar a pressão inglesa, focada em acabar com o tráfico, do que um interesse real do Império nacional em interromper o comércio de escravos.

Vinte anos após a “lei para inglês ver”, a Lei Eusébio de Queirós, de 1850, decretou oficialmente o fim do tráfico de escravos. A lei agiu ativamente contra o comércio transatlântico de pessoas, por isso, obteve sucesso. Apesar da proibição dos navios negreiros, a escravidão continuou legal no País, sendo a Lei Eusébio de Queirós um primeiro passo importante para o fim do sistema. A lei de 1850 foi motivada por pressões externas, especialmente da Inglaterra, porque no Brasil a elite que ainda lucrava muito escravizando africanos demonstrava interesse no fim do tráfico.

Em 1888, o Brasil finalizava, oficialmente, a escravidão de pessoas. O último país do mundo a decretar o fim da exploração de milhares de pessoas que vinham do continente africano sofre até hoje com o racismo. Após o fim do regime escravista, não ocorreu qualquer tipo de inserção dos escravizados. Ao contrário, houve a tentativa de apagá-los da história brasileira. O Dia Internacional em Memória das Vítimas da Escravidão e do Comércio Transatlântico de Escravos continua sendo necessário para lembrar da história sangrenta do País, além disso, debater o racismo, a criação de políticas públicas na tentativa de reparação histórica aos negros e garantir que memória das vítimas da escravidão não seja apagada.
 

Fontes:

Info Escola
Escola Kids
DMT em Debate
Nações Unidas Brasil
Euro Cid
Mundo Educação

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